Bonificação da Petrobrás beneficia amigo de Bolsonaro com salário de R$ 130 mil

Bonificação da Petrobrás beneficia amigo de Bolsonaro com salário de R$ 130 mil

Considerado ilegal pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), o Programa de Prêmio por Performance (PPP) da Petrobrás beneficia somente o alto escalão da estatal

Amizades com o chefe do Executivo tendem a facilitar mudanças para cargos comissionados da Petrobras (Foto: André Motta/ Agência Petrobras)

Por Andreza de Oliveira

Na última semana, o colunista do Jornal O Globo, Lauro Jardim, divulgou que o coronel Ricardo Marques, Gerente Executivo de Inteligência e Segurança Corporativa da Petrobrás recebe como salário-base R$ 70 mil, fora a soma dos benefícios, que aproximam a quantia à R$ 130 mil mensais.

Amigo próximo de Jair Bolsonaro (sem partido), Marques é militar reformado e foi colega do chefe do Executivo na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), ganhando em 2019 o cargo de gerência na estatal.

A bonificação que favorece o coronel é o Programa de Prêmio por Performance (PPP) da empresa, que foi denunciado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), no último ano, por favorecer somente o alto escalão da estatal, como o presidente da companhia, gerentes executivos e cargos que exigem nomeação.

“O presidente da empresa, por exemplo, pode receber até R$ 1,5 milhão por ano em bônus, além de seu salário”, informou a FUP em nota.

A denúncia da federação, que exigia a suspensão do PPP, foi acatada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). No parecer, o órgão interpretou que o programa exclui os trabalhadores da empresa do debate sobre remunerações e cria distorções sore o assunto.

Benefício aos amigos do rei

Em 2019, Carlos Nagem, capitão reserva da Marinha, funcionário da Petrobras e também amigo do presidente da República, após ser barrado na gerência executiva da estatal, conseguiu vingar um cargo na assessoria da Presidência da companhia.

Segundo a Petrobras, Nagem não possuía a experiência requerida para a posição gerencial. O cargo pretendido pelo capitão da Marinha, e defendido por Jair Bolsonaro, era o de Gerencia Executiva de Inteligência e Segurança Corporativa.

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