Petrobrás doará 600 mil testes de identificação do novo coronavírus ao SUS

Petrobrás doará 600 mil testes de identificação do novo coronavírus ao SUS

Os kits são considerados “padrão ouro” e devem chegar ao Brasil em abril (Foto Michael Schwenk)

 

Por Andreza Oliveira

A Petrobrás anunciou na última segunda-feira (23) que disponibilizará 600 mil testes para o diagnóstico da covid-19 ao Sistema Único de Saúde (SUS). Do total, 400 mil serão entregues ao Ministério da Saúde e os 200 mil restantes à Secretaria da Saúde do Rio de Janeiro, onde está localizada a sede da empresa.

Os kits devem chegar ao Brasil em abril e são considerados “padrão ouro” pelo Centro de Prevenção e Controle de Doenças norte-americano (CDC). Importados dos Estados Unidos, os testes do tipo RT-PCR são precisos na identificação da presença do novo coronavírus.

Foi anunciado ainda que a Petrobrás orientará um grupo multidisciplinar de profissionais de seu centro de pesquisa (Cenpes) para avaliar e propor soluções que ajudem no combate à covid-19.

A importância de uma empresa estatal

Não é a primeira vez que a Petrobrás toma partido em momentos de crise no Brasil. Quando, em 2019, o litoral nordestino foi contaminado com óleo de origem ainda desconhecida, a estatal mandou equipes de limpeza para contenção do desastre nas praias.

Para o dirigente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Antônio Moraes, tais ações que a petrolífera adota em momentos conflituosos são bem-vindas e necessárias, contudo, por se tratar de uma empresa pública, poderiam ser maiores.

“É visto com bons olhos quando a empresa atua para servir o povo brasileiro, como a doação dos 600 mil testes. No entanto, o comportamento da Petrobrás desde 2016 precisa ser avaliado – que é quando foi deixada de lado a missão de abastecimento do país em prol de interesses de acionistas privados”, comenta o dirigente.

Ainda segundo Moraes, nas atuais circunstâncias, a FUP tem como proposta para a estatal uma ação mais estratégica e com maior comprometimento com a população. “O fornecimento de combustível subsidiado aos hospitais para suprir emergências, por exemplo, seria uma ação que também poderia ser adotada pela Petrobrás”, sugere.

O petroleiro aponta ainda que a venda de ativos e a privatização total da Petrobrás coloca em risco a atuação estratégica no setor de energia e combustível que a estatal pode ter. O dirigente afirma que isso acontece pois as empresas privadas não permitem uma gestão com base nos interesses da sociedade. “É preciso resistir aos projetos de privatização e garantir que a sociedade detenha do controle desses setores estratégicos, resistindo e preservando o patrimônio público”, finaliza.

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