Petrobras pretende arrecadar US$ 35 bi em privatizações para distribuir aos acionistas
No plano estratégico 2021-2025, estatal diminuiu em 27% os investimentos e anunciou que pretende distribuir aos acionistas o mesmo valor que espera arrecadar com vendas no período
O novo plano estratégico da Petrobras, que norteará os passos da companhia nos próximos cinco anos (2021-2025), segue à risca o discurso neoliberal do seu presidente, o economista Roberto Castello Branco. Basicamente, o documento reafirma o foco no pré-sal, as privatizações em massa e a distribuição de vultuosos recursos aos acionistas privados.
No período, a empresa pretende investir US$ 55 bilhões, o que representa uma diminuição de 27% em relação ao plano anterior. Deste total, 84% estará concentrado no setor de Exploração & Produção, o que representa US$ 46 bilhões. Apenas o pré-sal, enquadrado pelo atual mandatário dentro dos “ativos de classe mundial”, receberá US$ 32 bilhões em recursos.
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Se a petroleira reduziu o prognóstico de investimentos, elevou na mesma proporção os desinvestimentos. No plano anterior (2020-2024), a empresa pretendia arrecadar entre US$ 20 e US$ 30 bilhões com vendas de ativos. Agora, a expectativa é angariar entre US$ 25 e US$ 35 bilhões com privatizações nos próximos cinco anos.
No total, a Petrobras planeja se desfazer de 209 campos terrestres ou de águas rasas, além do Pólo Marlim e dos campos de Albacora, Albacora Leste e Frade – todos localizados em águas profundas. O catálogo de vendas ainda inclui ativos na Argentina, Bolívia, Colômbia, Estados Unidos, oito refinarias e participações na Braskem, PBio, BSBios e BR Distribuidora.
O valor que a empresa projeta coletar com as vendas é justamente o mesmo que espera repartir em dividendos aos seus acionistas privados. A previsão, apontada no novo plano estratégico, é conceder entre US$ 30 e US$ 35 bilhões aos seus investidores até o ano de 2025.